Seth passou a mão nas linhas dos textos, lendo com os dedos sujos de açúcar. Um pacote de jujubas vermelhas, laranjas e amarelas se destacavam em cima da pilha de livros azuis, de capa dura, difíceis como um caminho de mata fechada, ceifada com vontade e sem preguiça.
- Eu estou lendo todos eles!
Eu já sabia que ele nunca desistiria. Os dicionários com mapas de linhas coloridas à mão, rios que atravessam e desembocam em surpresas. Seth sorria cada vez que encontrava uma resposta. E devorava jujubas feliz da vida.
Peguei o penúltimo livro de letras douradas e li : " A expressão da Emoção em Homens e Animais."
Seth estava todo concentrado na nossa biblioteca.
E eu sentia uma espécie de amor infinito como o símbolo matemático, tatuado para sempre.
O que nem Charles sabia é que estava diante de mim o menino mais evoluído nessa história toda de simpatia, mascando doces para sempre com a beleza terna dos leitores ávidos.
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