segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um bolo.

A ultima fatia do bolo descansando exausta há dias.
O bolo derramando na fôrma pequena e espalhando um cheiro doce pela casa, aliviando as brigas.
O pouco fermento para tanto bolo e a vida no mesmo ritmo.
A colher que não dá conta de bater o bolo e a distração do olhar côncavo espelhado.
Só o recheio do bolo bastava, mas no fim só sobram as raspas.
O primeiro pedaço do bolo magoando os outros convidados.
Não é compreensível um bolo que não seja de chocolate, não é compreensível você não gostar de mim.
Bolo sem cobertura, você em outra cidade.
O bolo que não desgruda do fundo, eu em outra cidade.
Um buraco no meio do bolo que não cresceu, um coração.
Bolo bonito, ruim de gosto.
Bolo muito doce, só um pedaço, só ilusão.
Siga a receita.

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