segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

sete.

O amor é vizinho de porta da minha loucura. Bato três vezes e empresto uma colher cheia de nada. Todo dia invento uma desculpa para dizer três palavras. E bato três vezes, depois parto. Como se estivesse no mar, sem barco, sem uma tábua sequer para me agarrar. Fazendo de um utensílio doméstico ou um rabisco no papel o único alento antes de me afogar. Todo dia descubro que cresce dentro de mim algo que já nem cabe mais há muito tempo. No entanto, quieta, espero como se espera todo amor. Que por ser só amor, arrebenta como ondas insanas e morrem na praia, estufadas de espuma no canto da boca.

3 comentários:

noelle falchi disse...

eu bato e parto?
você é meravilhosa, o melhor que eu já li, com certeza este.

eu, tereza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodriane DL disse...

aff.