segunda-feira, 18 de março de 2013

As garras de uma mulher




Pulseiras caindo em sobras de champagne, maus modos e perfumes. Os homens, aterrorizados, definham em um tapete carcomido por ácaros e lobos noturnos. Babam infinitos dotes que deixam escorrer dos bolsos, sem nenhum esforço, resignados. Ninguém é como Lívia. As suas mãos estão prontas com a força da devassidão. A imensurável beleza que explode paredes bem pintadas, de casas sólidas, explodindo filhos, outras mulheres, neuróticas preocupadas. Lívia se cobre de ouro e visgo. Ela veste as dores dos outros. Enriquece às gargalhadas. São veludos vermelhos que adornam seu quarto arruaceiro, sua vida escarlate. Atrás deles, os conformados, vêm objetos ruindo. E lá na frente Lívia exibe o brilho de suas garras.









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