porque meu mundo parece explodir de algo incontrolável ?
"Que é pra ver se você volta,
Que é pra ver se você vem,
Que é pra ver se você olha,
Pra mim..."
Eu espero flutuando de dor.
mas ainda, assim, estarei esperando.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Joaquim
Joaquim caminha com passos vagarosos sobre o muro. Seus pés já acostumados ao reboque. Às latas de lixo. Às poças d'água. Às luzes neon. Um pulo certeiro e, enfim, a grama aparada. Joaquim está preguiçosamente. Ele caminha e cai para o lado de repente, para quem olhou de longe parecia câmera lenta. As nuvens passaram em velocidade. Sumiram pelo planeta. O sol refletiu o corpo branco estatelado na grama. Um branco-neve contrastando com a grama rente e verdíssima. Joaquim parece um príncipe em seu mundo. Eu saio na janela e chamo, ele me olha desconfiado e deita a cabeça desdenhando. Eu chamo de novo, Joaquim levanta contrariado e chegando sem pressa. Perto da porta ele solta um miado olhando para mim, protestando contra a minha mesmice deselegante. Nós, não felinos.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Da Série Revival - XXIV
Dueto
dance comigo, seus sapatos.
minha carne, sua faca.
eu só menina, com desvios.
eu desvio, você horrores.
mantra bobo, só seus gritos.
meu sussurro, seu deleite.
dance comigo, seus sapatos.
minha carne, sua faca.
eu só menina, com desvios.
eu desvio, você horrores.
mantra bobo, só seus gritos.
meu sussurro, seu deleite.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Da Série Revival - XXIII
Dela
Hoje eu queria explicar para você o que eu sinto, só porque eu acho que você não sabe. Havia naquele dia um milhão de astros e eu apontei você. Sou uma criança de unhas pintadas de um pink engraçado olhando estrelas com os dedos apontados. Elas entopem o céu. E eu sei qual delas você é. Agora, minha luneta está míope e não pára de chover.Meu coração desafina e sua guitarra pop faz eco.No entanto, nos meus erros eu apontei você - uma supernova em eterna explosão.No jungle tocando e você dançando na beira do penhasco sangrento. Um brilho mais brilho.E eu só quero segurar a sua mão para você não cair. Entende ?
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Da Série - Revival - XXIII
cosmopolita
Andando pela rua encosto alguém que me passa uma doença social qualquer, um barulho de anjos assustados estora meus tímpanos. Os carros estão preguiçosos pelas ruas. Um amor de ontem esbarra na minha saia e eu sequer sinto arrepio. Arrepio foi naquele dia, mas foi inferno depois. Sentimentalismos, ora. Pensamentos equivocados. Olho para cima e os arranha-céus encostam nos meus pés. Vertigem. Uma dobra na esquina, uma livraria, uma loja de doces. Estou saindo com uma bala na boca e um lance de dados. Deslizando num asfalto quente e num balé de luzes. Estou tão espantada.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Da Série Revival - XXII
só esses dias são lindos no shopping
Enrola com cuidado um último pedaço de cheese-burguer em meia dúzia de guardanapos e atira dentro da mochila.
" para o gato"
Nunca entendi direito a espontaneidade de Seth...
talvez porque nunca terei uma igual.
Ele está com antenas de inseto caindo por cima dos olhos e com um sorriso na boca.
Diz três vezes que vai ler a noite inteira na frente do ventilador e dá uma olhada de lado para a escada que desce.
Seth não tem medo de dizer que outro menino é bonito.
Andando de escada rolante para outra escada rolante com essa cara de joaninha.
Droga, Seth, seja menos bonito! Não há corações tranquilos assim.
Enrola com cuidado um último pedaço de cheese-burguer em meia dúzia de guardanapos e atira dentro da mochila.
" para o gato"
Nunca entendi direito a espontaneidade de Seth...
talvez porque nunca terei uma igual.
Ele está com antenas de inseto caindo por cima dos olhos e com um sorriso na boca.
Diz três vezes que vai ler a noite inteira na frente do ventilador e dá uma olhada de lado para a escada que desce.
Seth não tem medo de dizer que outro menino é bonito.
Andando de escada rolante para outra escada rolante com essa cara de joaninha.
Droga, Seth, seja menos bonito! Não há corações tranquilos assim.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Da Série - Revival : XXI
Diana
Um arco luminoso estoura no peito lançando uma flecha em linha opaca rente ao mar. O universo ensina para dar um passo de cada vez, mas a legítima defesa, pede agora, em sangue.
Longe, uma cabeça explode escarlate sujando o mar.
O tempo, incansável, faz balas de algas vermelhas serem vendidas por uma garota vestindo trapos brilhantes.
Longe, uma cabeça explode escarlate sujando o mar.
O tempo, incansável, faz balas de algas vermelhas serem vendidas por uma garota vestindo trapos brilhantes.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Da Série- Revival - XX
Glamour e Queda
Essa menina com olhos de televisão...
Pisa numa poça d'água e arrebenta sua auto-estima.
Está à toa, não é ninguém e anda calada.
Seis e meia da manhã de um segunda-feira pastosa : Há dois dias não come, o chocolate derrete na sua mão e a vodka acabou.
Se ela piscar o mundo acaba, mas isso só ela entende.
Essa menina com olhos de televisão...
Pisa numa poça d'água e arrebenta sua auto-estima.
Está à toa, não é ninguém e anda calada.
Seis e meia da manhã de um segunda-feira pastosa : Há dois dias não come, o chocolate derrete na sua mão e a vodka acabou.
Se ela piscar o mundo acaba, mas isso só ela entende.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Saloon Island
Lola sentada em cima da mesa. Nem todos bebem, mas todos olham Lola. Duas "damas" sentadas à mesa bem vestidas ou arrumadas, exalando certa credibilidade. Lola não. Lola bebe desajeitada, ri à toa e não olha para ninguém. Dois "cavalheiros" açoitam bancos e carregam na cintura poderosos pertences. Tudo para Lola. Lola, falando nela, começou a cantar e transformou o ambiente tão Fordiano numa ilha tão Homérica. O copo de absinto fez a viagem. Lola não. Lola só estava cantando e o espaço a volta soou mutante, por obra e lei da atmosfera que se cria com a presença de uma mulher ímpar.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Da Série - Revival XIX
você nunca me desejou
um beijo não dado
o mais sentido.
Um bebê foca morto à pauladas na tv.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Da Série Revival - XVIII
Visita
Um dia chego na sua porta com um ramo de flores espinhentas
e atiro meu amor na sua cara.
Verei fogo nos seus olhos...
mas vou embora com um sorriso no canto dos lábios vermelhos
com os dedos mergulhados em sangue
com o coração atravessado por seu sopro
e o tempo não me dando alento, nem novidade.
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