na escala de todos os bairros brilhantes, os Inomináveis. os ouvidos entupidos de pérolas rosadas, narinas dilatadas, lábios delineados, dentes de diamante. os lixos impecáveis, as comidas alinhadas em art-nouveau, formando um arco pincelado por pastas de ovas douradas. o veludo lustrado, a prata lustrada, a madeira impecável no vão da porta maciça. os Inomináveis chegaram bêbados, champanhe ainda na mão, borbulhando antipatia. os carros não fazem barulho, os Inomináveis estavam bêbados. o som digital da música da periferia aqui sai sem interferência alguma. você precisa ver que beleza. os Inomináveis escutam as pérolas rosadas trepidarem nos ouvidos, as narinas se abrem, os lábios tremem e começam a borrar. os dentes de diamante são azuis feito montanhas em degelo. os Inomináveis estavam todos bêbados. só se ouve a música límpida da periferia no rádio pasteur do carro sem som. a menina rebola, a menina rebola. a menina rebola. ninguém sente nada. o condomínio bem fechado, nomeado por publicitários arruinados. uma placa distinta diz paris. os Inomináveis dormem todo dia feito anjos.
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