segunda-feira, 20 de maio de 2013

nos dias que atravesso o quintal de sua casa









piso na seiva
com a força de um formigueiro
sujando as meias
com torrões do seu corpo inteiro

pés de chá crescem
e enrolam até os joelhos
vestem meus passos
descalçam seu cheiro

com a mão na terra
arranco esmeraldas
que alimentarão meus dias
e os fins de madrugada

presa, sufocada
com essas pedras furando por dentro
morro ali estirada
na grama do meu enterro

depois de morta
lembro
como quem não quer nada
que seus olhos são tão verdes

( como uma cilada )








3 comentários:

Sabrina Andrade disse...

Nossa ♥

Luiz Miguel disse...

Queria até achar um comentário decente para fazer em seus textos moça, mas praticamente todas as coisas que conseguiria dizer são os clichês que todo os outros dizem... Entretanto seus poemas são deveras maravilhosos.

Luiz Miguel disse...

Quase dez anos separam um comentário do outro, e a única coisa que permanece é o quão sem ar esse poema me deixa.