Um barulho de creque-creque-creque que me deixava um tanto inquieta. O livro com as bordas alaranjadas pelo hábito incoerente de devorar cenouras cruas enquanto lia. Seth era um coelho. Ele catou as nossas coisas em cima da mesa e deixou só a marca dos seus cotovelos. Eu me debrucei enquanto ele caminhava e consegui ver as horas. Estávamos atrasados feito o sol em manhã nublada. Ele me olhou e disse alegre :
" Não se preocupe"
" Você vai devolver os livros assim ?"
" Assim como ?"
" Assim laranja."
Seth largou a mochila no chão e abriu um por um, e a cada um por um ele me olhava com um sorriso no canto do lábio. No último ele piscou.
" Estão engraçados."
Não dá para se preocupar mesmo com tanta leveza em ser um coelho. Acho que a bibliotecária também vai se deixar levar.
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