Essa casa sempre me deu medo, mas esse meu ar esquivo não permite queixas. Ontem a noite, quando tudo parecia mais escuro do que estava, eu - falando assim por falar - acho que vi uma dessas crianças orientais esbranquiçadas pela morte dançando no corredor, segurando pequenos, deixe-me ver... pareciam... crayons nas mãos. Óbvio que ela estava com os pés molhados e tinha os cabelos terrivelmente escorridos, o que me fez acreditar com vivacidade na própria insanidade ou em filmes japoneses.
Agora tenho que levantar. Olhar o teto é esporte para escritores.
Jogo as pernas no chão sem vontade, estou torpe feito o que sou. A claridade que vem lá de fora, ihh...
Desisto de colocar roupas.
E a porta do quarto está pesada para mãos tão preguiçosas.
Meu olhar primeiro vai do chão para o olhar seguinte. E páro no primeiro instante.
Todas as paredes do corredor estão desenhadas na altura da minha cintura.
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